ARDENDO
O meu verso, ora triste, fala e canta...
Minha voz ao deserto do teu rosto,
esta esfera elevada ao meu desgosto
numa esfera suada desencanta!
A beleza dos olhos me encanta...
Desmamado o amor me é exposto,
inflamado num astro decomposto,
que morrendo ainda mais se abrilhanta!
Com a lava escorrendo no meu peito,
inundando de ardor o amor perfeito,
se apaga da minha alma um raio!
Neste fogo de amor onde me inflamo,
nestes versos ardentes que declamo,
ora alegre, ora morto a ti me traio!