A GOSTO AMARGO
A ti clamo, é tarde, vês meu canto!
O meu peito te chama no cansaço...
No meu verso de lágrima, o meu passo
deixa rastro de dor... Vês o meu pranto!
No tremor de minha alma, um espanto...
De tua boca, saudade; teu abraço
na mudez do meu riso faz-me lasso
num eterno rabisco em desencanto!
Tu és bela e em mistério te sublimas...
Em virtudes de gozo te redimas!
No anseio de um beijo, morre o gosto!
Com o dulçor do carinho, hoje só
na garganta me abrasa um rude nó
como cravo de amor na morte exposto!