QUEIMANDO
Quente coração, destino congelado,
sofre as agruras do fim... Mal suspicaz...
Remove-se, humilde, à mansão dos “ais”
queimando o olhar num fuso esbraseado!
Deita-se fogo em dor... Não ser amado
é triste sina de quem amou demais...
O travesseiro se queima e a noite faz
viril barreira ao dia ensolarado...
Rego em beleza teu rosto e eu senil
rolo evocando o bonito olhar febril
dentro do peito que estoura feito bolha!
Na primavera estéril... Macieira
sou água mansa na voz da cachoeira...
Menor que o seco quebrar de uma folha!