Miséria.
Eu triste vi guris comendo barro,
Retirados da parte de um talude,
Escavando o barranco de um açude,
Daquela argila "gray" de fazer jarro.
Cheias de verminoses e catarro,
Vítimas da miséria feia e rude,
Amarelada tez, suja de grude,
De um fluxo espectorado em cada escarro.
A miséria faz frente em cada esquina,
Quais irresponsáveis por tal sina,
Que leva nossa gente à míngua sorte?
Esta é uma batalha já perdida...
Crianças aqui comem barro em vida
E o barro as comerão também na morte.
Alagoinhas-BA., 20/07/2012