BRIO DE ALENTO
Consumido de amor amei-te outrora...
Devorando, hoje, está o meu delírio!
O olhar de minha alma sem colírio
se afligindo num sonho se descora!
Dos teus lábios recordo vil senhora!
Lembro o corpo mais belo que o lírio!
Também lembro a dor e o martírio...
Lembro as noites contigo sem aurora!
Em tua vida de morte, eu, sepultado;
em tão grande crueza mergulhado,
tendo mágoa e pesar por alimento...
A livrar-me da tua malquerença
encontrei no jardim da recompensa
uma flor me enfeitando em brio de alento!