Natal de Menino Pobre.
Em menino passava as horas a sonhar,
Numa inquietude monstro e elevado tormento,
P'ra esquecer ilusões idas e os sofrimentos,
De natais passados sem nada ganhar.
O carrinho, a corneta e a bola p'ra jogar,
Bailavam com frequência em meu pensamento,
Na demorada espera de a qualquer momento,
Olhar o "Bom Velhinho" no meu quarto entrar.
Quando passos na estreita rua escutava,
De forma lenta os olhos pequenos fechava
E que estava dormindo quieto fingia.
Entretanto cessava o barulho em seguida,
E eu ficava esperando firme toda a vida,
Por um Papai Noel que nunca chegaria.