Cainho
A miséria é quadro preocupante,
A revoltar a todas as pessoas,
Dos conderes a quem baixinho voa,
Do acomodado ao simples viandante.
Há, porém, elemento destoante,
Que das alheias mágoas caçoa,
Se alguém lhe pede, diz seco: Perdoa,
E segue em seu andar mirabolante.
E ele soberbo o forte passo apressa,
Num orgulho tamanho, vil, doente,
A não haver nenhum metro que o meça.
Apressa o passo, à frente tem o bar,
O clube, o pacará, o entorpecente,
E o cabaré, motivos p'ra gastar.