GRITO MUDO
Torce e retorce dentre um surdo grito
A tristonha raiz, entrevada no chão.
Embalde ela sonha o sonho mais bonito,
Pondo-se a girar, na roda da ilusão.
Embalde ela tenta implorar ao granito,
Que a não ouve, e lhe trava o coração.
Sua voz que lá fora ecoa pelo infinito,
Dentro já é morta nos braços de um não...
E tal qual o grito que, entrevado, berra,
Quanto mais grita, bem mais se enterra
No chão de pedra, onde deita a raiz,
É o meu grito entre invisível escudo:
Quanto mais grita, mais se torna mudo,
Querendo dizer-te o que jamais te diz!
Torce e retorce dentre um surdo grito
A tristonha raiz, entrevada no chão.
Embalde ela sonha o sonho mais bonito,
Pondo-se a girar, na roda da ilusão.
Embalde ela tenta implorar ao granito,
Que a não ouve, e lhe trava o coração.
Sua voz que lá fora ecoa pelo infinito,
Dentro já é morta nos braços de um não...
E tal qual o grito que, entrevado, berra,
Quanto mais grita, bem mais se enterra
No chão de pedra, onde deita a raiz,
É o meu grito entre invisível escudo:
Quanto mais grita, mais se torna mudo,
Querendo dizer-te o que jamais te diz!