CRUENTA DUREZA
Consumido em ti amei-te outrora,
te perder não é mau: vibre o meu ser!
Se um sonho em minha alma eu hei de ter
que não seja o teu rosto, vil senhora!
Cego e surdo que seja eu, por ora...
Se emudeça o meu peito a te dizer
do desejo que invade o meu viver...
Do engano em teu ser me livro agora!
Viva a mim que baldado em teu tormento,
iludido me fiz no fingimento
e agora te faço a sepultada...
Como és dura, senhora, em teu desprezo!
Doutro peito de amor que seja eu preso...
Vivas tu no meu pranto mergulhada!