Helena
Escravos do passado somos nós,
A impingir-nos desgraças sobre os ombros,
E ainda que recorrendo a outros quilombos,
As grilhetas nos prende à sorte atroz.
É-nos difícil ter alguém a sós,
P'ra não escutar do ánimo os tombos,
O que nos mostra os sonhos em escombros,
Fruto exclusivo do abantesma algoz.
É impossível esquecer nosso passado
E não importa estarmos magoados
Pelos desmandos torpes que passamos.
Vendo melhor, convém nos divertirmos
Nos parques, jardins, praças a sorrirmos
Da ventura que nós não alcançamos.