FALSA IMPOSTURA
Tão viris são as juras, minha musa...
Crês, é tempo, meu verso a ti não mente!
És amada, vil língua adurente!
Que meu verso te cubras como blusa...
Eu te louvo e não crês... Tua escusa,
no jardim da miséria jaz dormente!
Teu olhar só germina falsamente
o achado mais puro da recusa!
Posas bem de sincera em tua cena!
Meu amor eis que morre em tua arena...
Meu amor mesmo em vão hoje te jura!
Nesse brilho mundano a ferir-me,
És errada! No erro tu és firme!
Da beleza tens falsa impostura!