SONETO A UM INTELECTUAL DE MAL HÁLITO


Metido em teus botões, eis que vais
Em passos lentos, como a meditar
Em Bilac, em Cronin ou Baltazar,
Dando-te à mente gozos sem iguais.

Falas sempre, e sempre existem mais
Idéias que te nascem de par-em-par,
Envoltas em um mistério de encantar
Ouvidos menos limpos e sensuais.

De meditar sereno e olhar sizudo,
Procuras no ar o porquê de tudo,
Enquanto falas, defendendo teses.

E se te calas a esse odor maldito,
É que vem-te afora um eterno mito,
Trazendo consigo traços de fezes!
Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 08/02/2007
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