DO FRIO QUE HÁ EM MIM

A noite faz muito que desceu por sobre o rio,

Tudo é sombras e silêncios quebrados,

Lá fora imperam os gatos e o maldito frio,

E o latir dos cães que urram aos brados.

Ao longe vêm da faina os pescadores,

Trazendo o peixe fresquinho para a lota,

Regressam a casa os trabalhadores,

Outros vão para as tavernas jogar à batota.

Consumo cigarro atrás de cigarro, caminha

A noite para a alvorada, enquanto escrevo

Este poema que tarde ou cedo se avizinha,

Como sendo o último da longa jornada,

Em que passeei meus dedos e o que descrevo,

À espera da bendita e apraz madrugada.

Jorge Humberto

06/02/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/02/2007
Código do texto: T371905