Às Árvores
Belas e velhas árvores... árvores belas,
Que nos alegram a vista e os nobres sentimentos,
Protege-nos as sobras contra os pigmentos,
Abrasados do sol e da ira das procelas.
Elas foram tombadas, foram todas elas,
Devastadas na gana dos desmatamentos,
Do progresso bravio e em prol dos tormentos,
Engendrados por nossas infindas mazelas.
Rápido, desmanchemos tudo já, decerto
O futuro será lúcido, sem capuz
E com muitas indústrias e boa visão.
Faça-se aqui um monstro e maciço deserto,
Talvez nos sobre lenhas pra fazer a cruz
E ainda quatro tábuas para um caixão.