África
Barrigas tantas são de fome cheias,
Esbugalhados olhos daguas rasos,
Despedidos à sorte e em muitos casos,
Retidos por de aranhas longas teias.
Quando a felicidade está alheia,
As esperanças chegam com atrasos,
Sonhos se sonhos têm, tornam-se amargos
E o humano sangue esvai-se pelas veias.
Sem forças p'ra fugir ou respirar,
Sem forças p'ra dormir ou reclamar,
A miséria fomenta-se em cadeia.
Morte - a morte está sempre mais viva,
A vida morta, em cada beco ativa
A fúria insana que a todos odeia.
Alagoinhas-BA., 13/01/2012