Papagaio de Papel
Ia-se a pipa ao sabor da aura agitada,
No enlevo preferido de criança,
Quanto melhor a brisa tanto avança,
Perfazendo a alegria da garotada.
Eis que enfim outra tão forte rajada,
Da pipa a linha quebra, cinde a esp'rança
E toda a alegria dantes se balança
Rumo ao chão em tristeza transformada.
Cresci, mas os contrastes continuam,
Sonhos em pesadelos perpetuam
Vertiginosas quedas em rapel...
Tanto querer, projetos foram tantos
Desmanchados, amores, desencantos,
Perdidos como as pipas de papel.