saudade II
Quando ultrapassei a última porteira,
Para o desterro donde ora me encontro,
Iniciou-se em meu peito um confronto,
Que me sufocará a vida inteira.
Já não posso voltar, desta maneira
Retenho o pranto, solto o canto e tonto
Com tantas relembranças,desaponto
A própria inspiração aventureira.
Não há como esquecer o velho sino,*
Batendo meio-dia e o sol a pino,
Banhos no Parnaíba ao sol poente...
Quantas e quantas vezes eu outrora,
Desejava crescer para ir embora:
Agora de saudade estou doente.
* sino da Matriz de São Benedito
Laranjeiras-SE., 22/01/2007