SONETO DA MALDIÇÃO
Eu estava calmo no meu canto
De sempre, quando vós de repente
Vos pusestes ali toda rente
Ao pé de mim, e com tal encanto
Me fitastes, e muito contente
Me sorristes, e eterno amor tanto
Me jurastes, que de tão demente
Me deixei levar; e hoje, em pranto,
Triste da vida, eu vos encerro
A sentença que meu peito dita:
Maldita sede vós! Sim, maldita,
Porque me induzistes ao erro
De buscar em vós este desterro,
E, ainda, porque sois bonita!
Eu estava calmo no meu canto
De sempre, quando vós de repente
Vos pusestes ali toda rente
Ao pé de mim, e com tal encanto
Me fitastes, e muito contente
Me sorristes, e eterno amor tanto
Me jurastes, que de tão demente
Me deixei levar; e hoje, em pranto,
Triste da vida, eu vos encerro
A sentença que meu peito dita:
Maldita sede vós! Sim, maldita,
Porque me induzistes ao erro
De buscar em vós este desterro,
E, ainda, porque sois bonita!