SONETO DA ADESÃO AO MODERNISMO
Eu quero pôr os meus pés em terra,
Ver lá embaixo a realidade nua,
E ir com ela sem pensar na lua
Ou nas feições que o mistério encerra.
- Quero espaço - minha pena berra,
E sem mais fantasias meu peito estua:
Só cantarei o que me vai além da perna,
Se for, amada minha, outra perna tua.
Já não usarei em versos meus a lima
Que sempre me privou desta reforma,
Deixando-me sozinho aqui em cima.
E se o poema me fugir da norma,
Escarro no final de cada rima
E faço um cocôzinho pra sua forma.
Eu quero pôr os meus pés em terra,
Ver lá embaixo a realidade nua,
E ir com ela sem pensar na lua
Ou nas feições que o mistério encerra.
- Quero espaço - minha pena berra,
E sem mais fantasias meu peito estua:
Só cantarei o que me vai além da perna,
Se for, amada minha, outra perna tua.
Já não usarei em versos meus a lima
Que sempre me privou desta reforma,
Deixando-me sozinho aqui em cima.
E se o poema me fugir da norma,
Escarro no final de cada rima
E faço um cocôzinho pra sua forma.