SONETO PROFÉTICO
Não há nada mais chato para
O homem do que a inútil luta
Contra o tempo: um ouvido encara
O problema; outro, o relógio. A puta
Da mulher fala, fala, fala. A tara
Do homem tara, tara, tara. A dura
Carne não rompe, porém, a gordura
Da outra carne. Tá na cara:
Não falta desejo, o que falta
É tempo. Tempo. Só tempo. A mulher
Nem mais indaga: por que o fechecler
Não aberto? O homem nem mais explica. Salta
Da cama (haverá cama?), toma um conhaque
E sai: tic-tac, tic-tac, tic-tac...
Não há nada mais chato para
O homem do que a inútil luta
Contra o tempo: um ouvido encara
O problema; outro, o relógio. A puta
Da mulher fala, fala, fala. A tara
Do homem tara, tara, tara. A dura
Carne não rompe, porém, a gordura
Da outra carne. Tá na cara:
Não falta desejo, o que falta
É tempo. Tempo. Só tempo. A mulher
Nem mais indaga: por que o fechecler
Não aberto? O homem nem mais explica. Salta
Da cama (haverá cama?), toma um conhaque
E sai: tic-tac, tic-tac, tic-tac...