PERGUNTANDO-TE


Querendo muita vez puxar assunto
Que uma crença me dê maior ainda
Do amor que me tens, eu te pergunto:
A quem deves tu, formosa e linda,

Tudo isso que és?! Quando tu, vinda
Agora um pouco mais para junto
De mim, pálida ficas qual defunto,
E tentas aumentar-me a crença infinda:

“Tudo que sou, eu o devo a ti, querido,
Que és poeta e pões beleza n’alma minha!”
Rio-te antes mesmo que a resposta dês-ma,

E digo: pois eu, que poeta tenho sido
Graças só aos teus encantos de rainha,
Juro que deves o que és só a ti mesma!
Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 01/02/2007
Reeditado em 02/02/2007
Código do texto: T366621