SONETO DO DIA DOS NAMORADOS
Tivesse eu hoje, querida, algum dinheiro,
Desejos não te ardiam assim em brasas:
Terias cuidados, roupas, jóias e casas,
E talvez, quem sabe? o mundo inteiro...
Bem sabes que aprazo o que aprazas,
E, se pobre sou, não sou pirangueiro
A ponto de negar que ponhas asas
No meu minguado, mas tão bom cruzeiro!
Se não logram, pois, os meus trocados
Dar-te isto tudo que aqui proponho
Neste dia, que é só dos namorados,
Razão não te tem o rosto ao estar tristonho,
Porque casas, jóias, roupas e cuidados,
Toda santa noite eu t’os dou em sonho!
Tivesse eu hoje, querida, algum dinheiro,
Desejos não te ardiam assim em brasas:
Terias cuidados, roupas, jóias e casas,
E talvez, quem sabe? o mundo inteiro...
Bem sabes que aprazo o que aprazas,
E, se pobre sou, não sou pirangueiro
A ponto de negar que ponhas asas
No meu minguado, mas tão bom cruzeiro!
Se não logram, pois, os meus trocados
Dar-te isto tudo que aqui proponho
Neste dia, que é só dos namorados,
Razão não te tem o rosto ao estar tristonho,
Porque casas, jóias, roupas e cuidados,
Toda santa noite eu t’os dou em sonho!