SONETO DO DIA DOS NAMORADOS


Tivesse eu hoje, querida, algum dinheiro,
Desejos não te ardiam assim em brasas:
Terias cuidados, roupas, jóias e casas,
E talvez, quem sabe? o mundo inteiro...

Bem sabes que aprazo o que aprazas,
E, se pobre sou, não sou pirangueiro
A ponto de negar que ponhas asas
No meu minguado, mas tão bom cruzeiro!

Se não logram, pois, os meus trocados
Dar-te isto tudo que aqui proponho
Neste dia, que é só dos namorados,

Razão não te tem o rosto ao estar tristonho,
Porque casas, jóias, roupas e cuidados,
Toda santa noite eu t’os dou em sonho!
Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 01/02/2007
Reeditado em 02/02/2007
Código do texto: T366620