SONETO DO ARREPENDIMENTO


Lamento o me fitares sem a antiga
Ternura com que m’o fazias antes
De serem teus ciúmes tão constantes,
E tu, mais amada que amiga...

Soubesse eu ontem que só intriga
Cupido guarda aos corações amantes,
E não haveríamos de chorar gigantes
Imposições a que o amor obriga:

Tu serias hoje a mais divina tela
Da natureza e da simplicidade
Que foste... - e muito mais bela.

E eu, livre o amor que me invade,
Seria outra vez feliz com aquela
Ilusão de ir além da amizade!
Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 01/02/2007
Reeditado em 02/02/2007
Código do texto: T366565