ACONSELHANDO
Abre-te o coração, amigo, e ama
A vida inteirinha, se puderes...
Afaga o amor de todas as mulheres
Que te queiram no prazer da cama.
És moço ainda, e o amor te chama
A sufocar de si os mil prazeres;
Bebe-os todos, sem do que beberes
Reproves nunca o calor da chama.
Deita-te ao leito com quem, demente,
Peça-te amor, real ou não... Repara
Que do quê mais o meu peito sente
Revolta (e esta revolta lhe é tão cara)
É ter querido uma mulher somente,
E essa mulher nunca lhe mate a tara!
Abre-te o coração, amigo, e ama
A vida inteirinha, se puderes...
Afaga o amor de todas as mulheres
Que te queiram no prazer da cama.
És moço ainda, e o amor te chama
A sufocar de si os mil prazeres;
Bebe-os todos, sem do que beberes
Reproves nunca o calor da chama.
Deita-te ao leito com quem, demente,
Peça-te amor, real ou não... Repara
Que do quê mais o meu peito sente
Revolta (e esta revolta lhe é tão cara)
É ter querido uma mulher somente,
E essa mulher nunca lhe mate a tara!