SONETO A UMA PRINCIPIANTE


Os versos teus, tão dolentes,
(Por Deus, como não minto)
Por serem tudo o que sentes,
Não são mais do que eu sinto;

Que se vês alegre e extinto
De pranto e ranger de dentes
O peito meu - antes recinto
Das chagas mais maldizentes,

É que esse peito teu, criança,
Era alheio ao mal que se sente
Quando mal se vai a esperança;

E o meu, se sorri de repente,
É que esconde os ais da lança,
Dentro de um coração dormente!
Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 01/02/2007
Reeditado em 07/03/2007
Código do texto: T366556