SONETO A UMA PRINCIPIANTE
Os versos teus, tão dolentes,
(Por Deus, como não minto)
Por serem tudo o que sentes,
Não são mais do que eu sinto;
Que se vês alegre e extinto
De pranto e ranger de dentes
O peito meu - antes recinto
Das chagas mais maldizentes,
É que esse peito teu, criança,
Era alheio ao mal que se sente
Quando mal se vai a esperança;
E o meu, se sorri de repente,
É que esconde os ais da lança,
Dentro de um coração dormente!
Os versos teus, tão dolentes,
(Por Deus, como não minto)
Por serem tudo o que sentes,
Não são mais do que eu sinto;
Que se vês alegre e extinto
De pranto e ranger de dentes
O peito meu - antes recinto
Das chagas mais maldizentes,
É que esse peito teu, criança,
Era alheio ao mal que se sente
Quando mal se vai a esperança;
E o meu, se sorri de repente,
É que esconde os ais da lança,
Dentro de um coração dormente!