Saudade I

p/ minha terra distante.

Quando salta de minha pena a linha,

Descrevendo uma só realidade,

Logo explode em meu peito uma saudade,

Renitente que mal em si continha.

Como o agricultor ávido da vinha,

Vivendo aprisionado na cidade,

Padece aqui igual fatalidade,

na vinha de ninguém, longe da minha.

A saudade é corrente voz do amor

E da distância a mais fina dor,

Que a gemer em silêncio nos ensina.

Não me acostumo aquém, além ou alí,

Pois meu coração clama o Piauí

E meu sangue reclama Teresina.