Tu
Tu és o amor que nunca tive... sublime!
A dor que em meu peito fez morada,
O sabor da ventura inalcançada,
És o adusto calor que me redime.
Cruz de minha paixão crucificada,
Doce tormento, enlevo que comprime,
Pranto que o coração plangente exprime,
No fragor repetido da pancada.
Abundante luz és tu, que ilumina
As prolongadas noites de meus dias
E me aumenta ainda mais os dilemas.
Paradoxo constante que domina
Penetrando-me fundo na alma fria,
Na inspiração maior destes poemas.