Araponga
O araponga trancado na gaiola,
Traz no coração toda a alegria presa,
Quando canta, se canta é de tristeza,
Para embalar a fé que o peito chora.
O mal que a liberdade lhe viola,
Por outro lado lhe mantem acesa
A pira da esperança e sempre tesa,
A vontade perene de ir embora.
Em meu coração tem um araponga,
Que preso noutras terras silencia
Às vezes, outras tantas solta o canto.
Chora e canta a saudade e canta tanto,
Que transborda a alma de melancolia
E passo a passo a dor mais se alonga.