A Pororoca
Vem as águas subindo contra o rio,
Numa revolução desenfreada,
Comparado ao estouro da baiada
E a fúria da raposa em pleno cio.
Já se foi um bom tempo e o desafio
Persiste revirando na bairada,
Tombando tudo e a fauna atormentada
foge, causando dor e calafrio.
A minha pororoca é a saudade,
Chega pontualmente ao fim da tarde
E já estamos p'ra lá das cinco e meia.
Arregaçando vem meu coração,
Destruindo, tombando em turbilhão,
Com pontadas intrépidas na veia.