SONETO A DANIELA
Doces tardes que passo a relembrar.
Os carinhos e beijos de uma flor.
Que veio a mim, no fim da estação do calor.
E que até o outono ousou por aqui ficar.
Cultivava amigos, odiava a dor.
As vezes madura, As vezes criança a brincar.
As vezes alegre, as vezes triste mas sempre a falar.
E de seu corpo colhi muito mais que amor.
Hoje sei que meus sonhos ficaram ao relento.
Porque com certeza não era primavera.
E flor que se preza não brota antes do tempo.
Enquanto, desiludido, percebo a vida passar debruçado na minha janela.
Sinto uma nova e fria estação se aproximar com o vento.
E pelo meu jardim ainda procuro, uma flor bela e rara, chamada Daniela.