QUESTÃO DE HONRA

Não podemos, se nos dizemos poetas,

Omitir a palavra, denegri-la, pisa-la,

Temos de ser como a criança, setas

De ponto em mira depois de visa-la.

Poeta foi feito para esclarecer e ser

No outro, o que o outro não soube ilustrar.

Ruas e cidades, por todo lado, a fenecer,

São a nossa mão à espera de se mostrar.

Arreiga-te poeta, o mundo espera por ti.

Não dês a outra face, que de ti escarnece,

Sê só o outro que, em vindo, será em mim.

De punho em riste serás a ira dos povos,

Terás nos braços a força que enaltece,

Senão entre os velhos, entre os mais novos.

Jorge Humberto

27/01/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 27/01/2007
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