NEGRO ABATIMENTO
O meu sonho escorrendo na parede
já esculpe em gotejos meu lamento...
Uma essência alagada é meu tormento
num orvalho de espinho em minha rede!
Em vinagre eu sufoco a minha sede...
Uma capa de medo é meu alento...
Meu conforto no peito é forte vento
empunhado de mal... Ouvi e vede!
A tristeza se anegra em meu luar
nos desejos de vidro no azedume...
Sou o tema de angústia estonteante!
O meu pranto se iguala ao sal do olhar...
Minha brisa é de sombra sem perfume...
Minha voz é de um brado arrepiante!