SILENCIOSA MADRUGADA
Pranteando afinei o violão
nos arranjos dos meus versos em lá...
Inquieto, assentei-me no sofá,
pra do peito entoar uma canção!
Mas a voz ficou presa no refrão
me forçando a baixar o tom pra fá...
E agora! Sem notas, fluirá,
do meu ego, acordes de paixão?!
Varo os dedos na escala afinada...
Anoitece e geme a madrugada...
A poesia, se tive, foi-se embora!
Minha música é um urro apavorante!...
Olho a lua em lamento atordoante!
Em desgosto desponta a aurora!