OURO DE TOLOS
Refulge da pedra intrínseco brilho
Antevendo surge do fundo da terra
Alucina assim a ponto de ser guerra
Arranca do seio d'uma mãe, ao filho
Nem tudo que brilha é sublime ou fascínio
Tudo que fascina nem sempre é tesouro
Nem sempre é a glória do brilho do ouro
Mas está fadado ao destroço, ao declínio
O brilho barato da grande devassa
A pedra que brilha baratina e mata
Do lícito ao lixo, do vício à desgraça
O brilho é sublime fascina e engana
Refulgente engano que surgiu na terra
O ouro de tolos tesouro de pedra.
(Idal Coutinho)