ÀS CRINÇAS DA PALESTINA
Criança, de arma na mão, para onde vais?
Roubaram-te a meninice, meu menino,
Tinhas no bolso a fisga e nas mãos os pardais,
E tu que continuas sendo tão pequenino.
Vais para a guerra, despedes-te de teus pais,
Menino, para onde vais, em corpo tão franzino?
Vestes camisa rota e feros vendavais:
Para onde vais, menino, em tal desatino?
Com bravura guerreias em nome de tua terra,
Esqueceste os bonecos com que brincavas,
E, ainda tão pequenino, menino, foste prà guerra.
Uma bala perdida em teu corpo se encerra,
Enquanto tu pela tua pátria lutavas,
Jazes frio no chão, menino, quem te enterra?
Jorge Humberto
18/01/07