GOSTO DE MORTE

Alma insana, no charco mergulhada!

Em temores, cravada agudamente!

Tocha ímpia de golpe, ferozmente,

escurece em meu ser a voz calada!

Melodia que nada à madrugada

no meu rosto que grita inclemente

escutando o crepúsculo, já doente,

invadindo a ilusão da alvorada!

E agora o meu mal sangrando ferve!

Meu ouvido almático que me enerve

e o amor do meu sonho que se ampute...

Minha alma sofrida está perdida

no veneno aflito desta vida

onde gosto de morte é meu desfrute...