Por quê?
Por que se pôs meu sol de primavera?
Por que frustraram-se os amores?
Por que vieram-me os temores?
Por que do nada suscitou-se a guerra?
Por que de novo me viera
Os mesmos tétricos pavores?
As mesmas incuráveis dores?
Os mesmos medos que eu tivera?
Por que estes falsos vis demônios
Fizeram-me desvanecer?
Lúgubres, fantasmas medonhos,
Tornaram a aparecer!
Murcharam as rosas dos meus sonhos,
Outra vez meu Deus, por quê?
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Em: Diário de um seminarista