ALMA MORTA

Devaneia a saudade no inferno

em tormenta de fogo cujas flores

se desnudam de sonhos e de amores

condenando meu eu ao mal eterno!

O meu peito sorrindo ante as dores

na profana ilusão que não governo

me afunda em lágrimas, me alterno,

me esbanjo no verme e seus odores!

Não desperto do negro pesadelo

que suspira em meu peito como selo

do jazigo que espera minha sorte!

Já se cobre de breu a minha sina,

minha alma se envolta na neblina

desta vida gerada em negra morte!