ESPELHO DO MEDO
Um espelho inquieto busca a mim
num silêncio magoado sem sentido
inundando na voz do meu ouvido
uma imagem que gera-se em meu fim!
O meu rosto na morte do jardim
empacado no orgulho mal vivido,
obra-prima do acaso reprimido,
preso em letras na alma de marfim!
Energia sem sonho ou fantasia
num retrato fugaz de flor vazia,
nos desejos pintados na lembrança,
traz angustia e saudade à minha dor
me tornando num triste caçador
de alegria no lixo da esperança!