ALMA ARRUINADA
Sou a dor que se amarga em seu troféu
no açoite a ornar-me em vil tormento!
De escuro é tão claro o meu lamento!
Laureando-me em pranto sou fiel!
Minha lágrima tão rude e tão cruel
se escorre na face e expõe ao vento
o horror da minha alma sem alento
naufragando meu eu num mar de fel!
Bebo um copo ondulado em tal maldade
que me rouba do ser toda virtude
refletido num porto de má sorte!
Perdi contas na cova da verdade,
do salário maldoso e plenitude...
Fiz-me me cinzas de dor, lamento e morte!