CORANTE ALMÁTICO

No silêncio que dorme o meu cetro

na pintura de sonho que me segue

numa vida acabada... Que se negue

tanta dor nesse quadro que penetro!

A aquarela da culpa num eletro

une a vida no cabo... Que se entregue

este resto de dor assim prossegue

o meu dia sem riso, ocaso retro!

Se eterniza a dor em meu pincel

no esboço de tinta, escuro céu,

nos rabiscos que sou: lamentação...

Ante a tela vibrante da saudade

se desenha a voz da crueldade

no terror em pincel do coração!