ESTIO DA ALMA

Com a mágoa em meu peito eu me ofendo

no aguaceiro que corre pela face!

A tristeza com a dor fazendo enlace

faz gerar um terror mais que horrendo!

Sou a flor que no monte se escondendo

não evita que o vento a embararace!

Eu me ponho lutando neste impasse

e assim como a flor eu vou morrendo!

É tão bela a flor viva lá na encosta

da montanha altaneira e tão dourada

sob o sol laureando-a na paisagem!

Como a flor, indefesa, ali exposta

minha alma acabada é açoitada

pelo vento cruel da estiagem!