ALMA EM PRANTO
Vaga em sombra a esmo o meu lamento,
no abandono dos versos da ferida!
Sou demente... A paixão me é fingida...
Sou o pranto em retalho, um forte vento!
O meu peito já sangra sonolento
e desmaia em sufoco a minha vida...
Vejo a morte em meu ser buscar guarida!
O meu ventre é de dor, rude e languento!
A esperança que vaga tão incerta
sem consolo vomita o que me chora
me juntando à mágoa do abandono!
Minha voz cavernosa e tão deserta
se esbalda na tumba onde já mora
no espaço do meu sofrer sem dono!