FANTASMAGORIA
 
               “E o coração de Shelley não se consumia ...”
 
Meus fantasmas libertam-se, só importa
o tempo de sonhar, de imaginar,
de tomar nas mãos toda a luz do luar
- guardá-la sob as trancas doutra porta.
Sinto a imortalidade, simplesmente,
como algo fugaz, íntimo e encantado,
procurada e perdida em todo lado,
que nunca é alcançada, frente a frente.
Meus fantasmas libertam-se, e sobrevivo
ao florescer do medo, do destino,
da ligação com tudo que imagino,
dos umbrais e martírios em que vivo.
               Meus fantasmas libertam-se e até sinto

               que sou feliz, nas verdades que minto

 

Parte da coletânea
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