SONETO IMPRECISO
 
Não preciso da volta e da revolta,
do medo e do segredo, dos amores,
do passo em descompasso, que me solta
e me prende, não entende minhas dores.
 
Não preciso do frágil mar de flores,
da insegurança antiga ou da escolta,
do destino, do hino, dos louvores,
do encanto, da saudade que me volta ...
 
Não preciso do mundo cansativo,
do ser, do ter, do ver, do estar vivo,
do Sol, do céu, da paz, de amar tanto.
 
Não preciso do tudo, nem do nada,
da palavra, da tua alma fechada.
- Só preciso dar fim a este meu pranto ...
 
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