ARRUINADA POESIA
Num gemido sem verso morre a flor,
se esvaindo luz - papel rasgado!
O que mata minha alma é seu amor
tão vil, turvo, imperfeito e desbotado!
Sou poema ma morte de um autor!
Sou um favo de espinho alienado...
Sou poesia sem rima e sem pudor,
pesadelo de um sonho acordado!
Sou um verso gelado, alma plangente
que me banha em suplício, cuja lente
faz da íris do sol, brilho em pavor...
No meu verso, afogada, morre a rima
me fazendo um poeta que lastima
a razão que o delírio faz da dor!