PRECE A LÚCIFER
Nas dobras dos degraus invoco o louco que há em mim
Sou cãs dos meus dias fortuitos e inimagináveis
Senhor do meu território plangente do meu eterno fim
Que busca nas ruas o infortúnio de cenas infindáveis.
À lua revelo-me o ícone de todas as marmóreas estátuas
Dou por mim recolhido na profusão dos meus instintos
Cegam-me as ruas prenhe de gente e as minhas mãos nas tuas
Sou mísero e pobre de todos os seres invocados e distintos.
Vem Lúcifer traz-me o fogo indivisível das ruas escuras
Suborna-me o cenho, o ponto e o que no teu reino é cru
Vem de mansinho adormecer-me, traz-me as tuas curas
Quero ser Dionísio duma orgia totalmente interminável
Onde as esquinas se cruzam e desaguam no que és tu
Quando à noite de mansinho és ser perfeito e infindável.
Jorge Humberto
09/01/07