TRANSMUTAÇÃO DA ALMA
Tudo tem se transmutado tão felino
como amor no desengano tão sem graça!
Um profundo som tirano que me enlaça,
me seduz na voz da morte... Me alucino!
Na girada vã dos anos me amofino...
Como a sorte podre em goles me abraça!
Já se apaga da esperança, em vida, a caça
do descanso... Sem conforto é meu destino!
Vai-se o tempo num cigarro devorado
como fera que no cio vê seu amado
na campina da penumbra indo embora...
Meu impasse no receio não descansa!
Acuada minha alma não se amansa
na canção do verso mudo da aurora!