SUBMERSO EM DOR
Minha dor já exala pelo mundo
seu murmúrio ao céu como em canto...
Minha alma de dor produz um manto,
no sepulcro de meu ser, vil e imundo!
Meu olhar raso d’água e profundo
já expele em silêncio o seu pranto...
No meu verso nem sobra de encanto...
No meu ego um mar de mal fecundo!
Viajante descalço no espinho,
pedregulho de fogo no caminho,
a parede no beco sem saída:
Assim é meu viver neste momento!
Não sou mais que a lembrança de tormento
submerso no mortal mar desta vida!