EGO ABRASADO

Sou o pranto na mão da natureza...

Cachoeira de verso que se inspira!

Sou espinho da noite que transpira

no veneno do amor em correnteza!

Da serpente mortal eu beijo a presa...

Em desgraça o meu peito já delira!

Sou desgosto da dor que admira

o molesto amor da incerteza!

Sou a tela sem brilho que concede

na esquina da morte e do murmúrio

de minha alma num só peito vazado...

Sou o mal no meu rosto que me impede

a tristeza dos molhos do augúrio

de fugir deste meu ego abrasado!